Nesta quarta-feira (25), a Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do projeto de lei que propõe a tributação de offshores (investimentos no exterior) e fundos exclusivos (fundos de investimento personalizados para pessoas de alta renda). A votação resultou em 323 votos a favor e 119 votos contrários.

Plenário da Câmara – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A próxima etapa envolve a análise dos chamados destaques, que são sugestões específicas de modificação no texto central. Posteriormente, o projeto seguirá para o Senado.

Essa legislação desempenha um papel crucial para a equipe econômica, que busca aumentar a arrecadação em 2024 e eliminar o déficit nas finanças públicas. Caso as propostas do governo sejam aprovadas conforme sugerido, a previsão é de uma arrecadação de R$ 20 bilhões em 2024.

Contudo, a aprovação do projeto enfrentou desafios nas últimas semanas devido a desacordos em questões como a igualdade de taxas para ambos os tipos de fundos e a pressão da bancada ruralista para preservar os benefícios dos Fundos de Investimento do Agronegócio, conhecidos como Fiagro.

Relator da proposta, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Nos últimos dias, o relator Pedro Paulo (PSD-RJ) esteve envolvido em negociações com líderes parlamentares e representantes da Fazenda com o objetivo de alcançar um consenso. Entretanto, várias das alterações efetuadas no relatório mais recente resultaram na flexibilização das propostas governamentais, o que provavelmente levará a uma redução na estimativa inicial de arrecadação.

Além disso, a demora nas nomeações para cargos na Caixa Econômica e na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) foi apontada como um fator que causou atrasos na votação, desagradando alguns partidos.

Anteriormente, o presidente Lula demitiu a economista Rita Serrano da presidência da Caixa e anunciou a nomeação do servidor e economista Carlos Vieira Fernandes para o cargo. Fernandes já ocupou cargos de confiança em ministérios de partidos do Centrão em anos anteriores e conta com o respaldo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).