:: ‘mostra levantamento’

Para o diretor de Políticas Públicas da ONG Aliança Nacional LGBTI+, Cláudio Nascimento, “é necessário mapear as pré-candidaturas LGBTI+ e de pessoas aliadas” | Foto: Stock Catalog/Flickr

Pelo menos 64 pessoas LGBTI+ e outras dez aliadas à causa são pré-candidatas no Brasil, neste ano, segundo levantamento realizado pela ONG Aliança Nacional LGBTI+, divulgado nesta 3ª feira (10.mai). Dentre o total, 11 pré-candidaturas são por São Paulo, dez, por Minas Gerais, nove, pelo Rio de Janeiro, sete, por Goiás, seis, por Santa Catarina, e quatro, pela Bahia.

Paraná, Pernambuco, Roraima e Rio Grande do Sul têm três cada, enquanto Alagoas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba e Rio Grande do Norte têm uma cada. Ainda de acordo com a ONG, 43 dos 74 pré-candidatos são homens cisgênero, 14, mulheres transgênero e travestis, e 12, mulheres cis. Há ainda dois homens trans, duas pessoas não binárias e uma que não se identificou, com pré-candidaturas.

São 39 gays, 10 pessoas heterossexuais, nove bissexuais, seis lésbicas, cinco pansexuais, um demissexual e um assexual; três não informaram a orientação sexual. Em relação à raça-cor dos políticos, há 43 indivíduos pretos ou pardos, 28 brancos, um indígena e dois amarelos. Dentre o total ainda, 36 pessoas têm curso superior completo. Entre elas, 12 com especialização, seis com mestrado e duas com doutorado. Outras 24 têm curso superior incompleto.

Das 14 restantes, dez possuem Ensino Médio completo, uma, Médio incompleto, uma, Ensino Fundamental completo, e duas, Fundamental incompleto. A renda dos pré-candidatos também foi questionada. São oito sem renda, sete com renda de até R$ 600,00, 12, de até R$ 1 mil, 15, de até R$ 2.090,00, 16, de R$ 2.090,01 a R$ 4.180,00, dez, de R$ 4.180,01 a R$ 10.450,00, e seis, acima de R$10.450,00.

O número de pré-candidaturas para deputado federal alcança 52. Dentre as outras 22, 21 são para deputado estadual, e uma, para deputado distrital. O Psol tem 20 delas. Na sequência, vem PDT (11), PT (11), Cidadania (5), Rede Sustentabilidade (5), PSB (5), PCdoB (4), Solidariedade (3), PSDB (3), Brasil 35 (2), União Brasil (1), Republicanos (1), MDB (1), Novo (1) e PV (1). Aliança Nacional LGBTI+ acrescenta que 38 dos pré-candidatos se identificam como de esquerda, 17, centro-esquerda, dez, centro, seis, extrema-esquerda, dois, extrema-direita, e um, centro-direita.

Para o diretor de Políticas Públicas da ONG e coordenador geral do Programa Voto Com Orgulho — por meio do qual foi feito o levantamento –, Cláudio Nascimento, “é necessário mapear as pré-candidaturas LGBTI+ e de pessoas aliadas e construir estratégias de articulação, comunicação e visibilidade política junto aos partidos, movimentos sociais e entidades que possam apoiar ações para as pré-candidaturas, buscando ampliar a representatividade LGBTI nos espaços de poder”. “É fundamental conhecer quantas/os seremos para nos planejar, construir e implementar estratégias de articulação, apoio, capacitação a essas pré-candidaturas. Queremos mais LGBTI+ nos espaços de poder e decisão. Para isso, pedimos que todas as pessoas LGBTI+ e aliadas façam o seu cadastro”, completou.

Já o presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, disse ser necessário “estimular e apoiar mais pessoas LGBTI+ a se candidatarem em 2022”. “A meta das entidades envolvidas nessa ação é de trabalhar para que tenhamos 200 pessoas LGBTI+ candidatas ao Senado Federal, deputada/o estadual ou federal, especialmente. Queremos conhecer a demanda de possíveis candidaturas para apresentar dados aos partidos políticos e buscar suporte junto a entidades e movimentos que atuam no fortalecimento da democracia brasileira e na defesa e proteção aos direitos humanos. No momento em que vivemos, precisamos ampliar a representatividade de nossa comunidade na política”.