Conselho político da campanha Lula-Alckmin se reuniu nesta 2ª | Divulgação/PT/ SBT News

Representantes dos partidos que integram o conselho político da campanha Lula-Alckmin se reuniram nesta 2ª feira (11.jul) em São Paulo. O encontro já estava agendado com uma pauta mais ampla, mas questões ligadas à segurança ganharam destaque após o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda no último domingo (10.jul).

Arruda foi morto a tiros pelo policial penal Jorge Guaranho, quando comemorava seu aniversário, que tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). A Justiça decretou nesta 2ª feira (11.jul) a prisão de Guaranho.

Integrantes das legendas que fazem parte da aliança de apoio à pré-candidatura de Lula, que tem como vice o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, como Rede e PSB, estiveram presentes no encontro.

Na abertura da reunião desta 2ª, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), dedicou o encontro à memória de Marcelo Arruda, a quem chamou de “nosso companheiro”, e classificou o crime como um “absurdo”.

“A gente ficou sem entender, até agora, como é que uma pessoa se dispõe a fazer isso. Entendemos que está num contexto que está vindo o Brasil nos últimos anos, isso de colocar o ódio como instrumento da política. Infelizmente nós temos um movimento que prega isso e que é o movimento sustentado pelo presidente da República atual, por suas posturas, gestos e palavras”, destacou Gleisi.

Ainda nesta 2ª feira, ela afirmou que encaminhou um pedido para que a investigação do caso seja federalizada. “Nós queremos que a União tome conta disso para fazermos um enfrentamento de fato, dessa situação”, pontuou a deputada. De acordo com ela, o PT pediu também à Procuradoria-Geral da República (PGR) a implementação de uma “ação contundente” sobre o ocorrido.

O Partido dos Trabalhadores, conforme ela, deseja ir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na 3ª feira (12.jul) para falar sobre uma manifestação conjunto dos partidos sobre o crime. Em suas palavras, “o TSE tem que fazer uma campanha alertando sobre a violência política, tem que fazer campanha por uma eleição pacífica”. Isso, sugeriu, seria um contraponto institucional ao movimento violento que, acusa, o presidente Jair Bolsonaro sustenta.

Para a presidente do PT, a Corte Eleitoral precisa ter protocolos sobre a segurança dos políticos nas eleições, e o Congresso “precisa fazer uma campanha por eleições pacíficas”. O partido destacará um advogado assistente para acompanhar o processo envolvendo o inquérito da morte em Foz do Iguaçu.

Nesta tarde, o movimento Vamos Juntos pelo Brasil, formado pelas sete siglas apoiadoras da pré-candidatura Lula-Alckmin à Presidência da República (PT, PSB, PCdoB, Solidariedade, Psol, PV e Rede Sustentabilidade) divulgou uma nota de posicionamento sobre o caso. Nela, atacam Bolsonaro, dizendo que o crime no Paraná “é o mais recente e trágico episódio de uma escalada de violência política em nosso país, criminosamente estimulada pelas atitudes e pelo discurso de ódio do atual presidente da República contra todos que dele divergem ou lhe fazem oposição”. Além disso, classificam o assassinato como “um crime político, contra a liberdade de opinião e os direitos humanos” e reforçam e detalham outros pontos abordados por Gleisi mais cedo: o Vamos Juntos pelo Brasil apresentará ao TSE um Memorial da Violência Política contra a Oposição no Brasil, para que adote medidas para garantir eleições livres e pacíficas; o PT nomeará um assistente de acusação para apoiar a família de Marcelo Arruda e peticionar a PGR para se manifestar, junto ao STF, a favor da federalização da apuração do caso de Foz do Iguaçu.