Pesquisadores fizeram testes com o imunizante em macacos e ratos durante um ano. Após ajustes, a próxima fase será teste com humanos | Pixabay/SBT News

A cura para aids está cada vez mais próxima da realidade. É o que mostra uma vacina em desenvolvimento com o uso da tecnologia RNA mensageiro (mRNA), que apontou seus primeiros resultados bem-sucedidos em animais em anúncio feito pelos pesquisadores.

A vacina foi considerada segura após ser aplicada em macacos, com uma redução para 79% do risco de infecção devido à exposição. Porém, o imunizante precisa de melhorias antes de ser testado em humanos.

Os cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAD) trabalharam em conjunto com o laboratório Moderna, empresa que também é uma das responsáveis por desenvolver uma das vacinas mais utilizadas contra a covid-19.

Os testes da vacina começaram primeiro em ratos, depois em macacos. Os animais receberam várias doses de reforço ao longo de um ano.

Mesmo com as altas doses de mRNA, o imunizante foi bem tolerado. Os efeitos colaterais foram moderados, como por exemplo, a perda temporária de apetite.

Quando os testes chegaram na semana 58, os macacos desenvolveram níveis detectáveis de anticorpos. Então, na semana 60, os animais foram expostos ao vírus semanalmente, por meio da mucosa retal.

No caso dos macacos que são resistentes ao HIV-1, que infecta os humanos, os cientistas usaram outro vírus semelhante, o HIV símio ou SHIV.

Depois de 13 semanas, dois os sete primatas imunizados não tinham se infectado. Os outros não vacinados desenvolveram a doença depois de três semanas. Os imunizados demoraram em média oito semanas. “Este nível de redução de risco pode ter um impacto significativo na transmissão viral”, destaca o estudo que foi publicado na revista Nature, em 9 de dezembro.

A vacina funciona como um orientador, que fornece instruções genéticas ao corpo, estimulando o organismo a criar duas proteínas características do vírus.

Elas se agrupam em pseudovírus (VLPs) específicos, simulando uma infecção para induzir uma resposta do sistema imunológico.

Porém, os cientistas perceberam que os níveis de anticorpos produzidos foram relativamente baixos, e que desenvolver uma vacina que exigisse múltiplas injeções seria difícil de ser aplicada em humanos.

Antes de direcionar o teste da vacina para humanos, os pesquisadores esperam melhorar a quantidade e quantidade dos pseudovírus (VLP) gerados.